A minha poesia (feito areia) se esvazia na ampulheta do tempo. Talvez sejam os desenganos, ou os fracassados planos. Eu não sei! Mas sei que vai amanhecer, sei que pode chover,... E sei também que a poesia, lentamente se esvazia.
As vezes sou fel,
noutras cato o mel. Tem vezes que choro, e as vezes eu oro. As vezes eu amo, Há vezes que clamo. Por vezes te sinto e vejo-me instinto!
Não havia mais poesia. Não havia mais razão. Mas eis que havia uma flor. Eis que ainda amanhecia; Ouvia-se, ao longe um refrão. Nas "letras" de um sonhador.
E minha flor, de tão secreta, habita um jardim suspenso. Hora é amor, hora inquieta. E tem aroma de prazer (e é tão doce e tão intenso), Que as vezes me faz renascer!
Uma noite um poeta olhou a lua. Quis tocá-la com seus versos. Imaginou-a completamente nua; Catou uma rima profana, foi provar da carne crua. Voltou saciado e tristonho pois que, a dama prateada da rua (qual fumaça), esvaiu-se de seu sonho!
Eu quero um amor novinho em folha, com mistérios a desvendar; Cheiro de mel ao amanhecer, segredos não contados ao pé do ouvido. desejos escancarados à serem vividos. Eu quero um amor que seja meu, indivisível e generoso. Dengosamente gostoso. Quente como o café, com uma pitada de fé. Outra de irreverência, mãos dadas ao entardecer e muitas coisas à viver!
E se eu me isolasse do mundo?
Das emoções que borbulham? Se fosse só um vagabundo? Alheio, desatento,... Notívago, giramundo; Será que seria feliz? Ou um ignóbil moribundo?
O gole, que a mente bole; Bole! E a seco, engole. Ao som da gaita de foles, eu quero que não te enroles, entornando o que te amole. Pois o gole que a mente bole, bole o juízo e recolhe a razão que ora te acolhe. O "não" que agora te tolhe!