domingo, 22 de junho de 2014

Chaminé

Todos os dias, durante muitos anos ela ia ao riacho buscar um balde d'água cristalina. Passos lentos,
A maciez da grama, a brisa leve, o quente do sol tocando a pele. Até os pássaros do caminho cantavam prá ela. As vezes sorria mesmo sem ter motivo. Apenas sorria. Noutras via seu reflexo na água e acenava para si. Fazia caras e bocas, franzia a testa e brincava com os dedos leves que tocavam a água.
Aquele caminhar, apesar de rotineiro era um momento de comungar com a natureza. Todos os dias, durante anos. Mais parecia um ritual, um pacto silencioso.
observava cada detalhe do caminho.
Um dia, os homens da fábrica, por motivos que envolviam o progresso mudaram o curso do rio. Mudaram o curso da vida daquela menina. Mudaram aquela rotina, aquele ritual.
O balde secou, os passarinhos emudeceram e a grama sentiu falta das pegadas dela. Nem o sol não esquentava como antes.
Mas a fumaça das chaminés da fábrica, estas não paravam nunca.
E quase ninguém percebeu quando aquele sorriso cessou!

domingo, 15 de junho de 2014

Ainda Ontem

Ontem eu pensava em como envelhecemos rápido
enquanto engordava, passivo, à mesa;
Os últimos vinte anos voaram sem escalas.
Nem a comida farta há de amainar o amargo
desta horrível sensação!
Meu retrovisor tem mais estradas
que oferece o vidro do meu parabrisa.
É, o tempo me ganha.
E se alguém perguntar da ceia de domingo:
--- Será lazanha!

domingo, 8 de junho de 2014

Sobre o Tempo



























A gente vive dizendo que não tem tempo.
Daí um belo dia o tempo vira um luxo que não nos pertence mais.
E partimos, mesmo que a contragosto.
Então, rever um amigo no meio da rua, um irmão que a vida escolheu, não tem preço.
É voltar no tempo sem pagar frete nem a corrida do taxi,... (rsrs).
É acima de tudo, ficar com aquela sensação que valeu a pena ter visto os anos passarem.
Por que se você fez amigos, jamais terá sido em vão!

sábado, 7 de junho de 2014

A Poesia













A poesia veio cedinho,
deu bom dia;
Sorriu vadia,
tomou banho de água fria.
Depois foi-se, meio esguia
como quem brinca e faz
folia!